terça-feira, 19 de maio de 2015

tempo



a casa se abana como um barco. assopra o vento forte e desmedido, as paredes de cimento transparecem um sonido agudo. soam como estrelinhas no ar que entra em meus ouvidos. se entre fecho leve as pálpebras posso ver esse dourado a soar. tenho muita sorte.

hoje estava deitada no estúdio de novo. fiquei do lado da janela por um bom tempo e o sol começou a virar e entrar directamente, até que deu nos meus olhos. o olho direito se entreabriu um pouco, pude ver a camada líquida que recobre o globo, vi entre ela a curva que olho faz, como essas imagens do planeta terra que são documentadas pela nasa, onde uma aureola recobre a superfície arredondada, viva.